Filme antigo não significa filme clássico tampouco implica qualidade. Muitos roteiros e direções “preguiçosas” que assistimos hoje já existiam no início do século passado. Então, a apreciação de um filme se volta além da sua época, do tipo de câmera e cores empregadas.
A Malvada (título horroroso para ‘All About Eve‘ de 1950, dirigido por Joseph L. Mankiewicz) é um daqueles exemplos que coloca o cinema como um todo no seu lugar. Um filme em que é possível entender porque qualidade transcende época. Como toda obra depende dos gostos e histórias pessoais de quem a consome, errado é afirmar que alguém “deve ver tal filme“. No entanto, se errado não fosse, A Malvada certamente estaria nessa lista dos must-see da vida. E por quê? Porque, mesmo com famigeradas pausas e ritmo provenientes do cinema da década de 50, constrói uma obra prima onde todo o cast principal atua formidavelmente bem (em destaque Bette Davis) e porque tem no seu desenvolvimento, maturidade (e imaturidade) dos personagens nos seus diálogos algo que ainda se enxerga hoje, os mais primitivos desejos, da vaidade a cobiça, da ironia ao desespero de envelhecer sem deixar nenhum legado. Um filme para assistir sempre que possível.
Ótimas colocações, sua análise foi objetiva e assertiva. Estarei no aguardo de suas próximas críticas, ótimo trabalho 🙂