




O ano de 2022 transita para o mundo do cinema como uma vasta rede de experimentos nos filmes que despontam com maior apelo para este espectador. Se a onda de super heróis parece ter atingido seu apogeu e estar em leve queda, abre-se de volta o espaço para novos (ou apenas “atualizados”) experimentos ou mercados, de um filme sul coreano que deve ser grande vencedor do Oscar (quem poderia apostar nisso antes de Parasita abrir caminho?) a outros que tinham tudo para transitar apenas em círculos cult mas que atraem grande público (“Triângulo da Tristeza” e “Aftersun”, por exemplo). No entanto, infelizmente ainda premiações deixam alguns gêneros de fora (“Não! Não Olhe!” é o melhor exemplo), mas o mercado dos distintos serviços de streaming reduz e quase anulo a validação advinda de estatuetas e prêmios. Os meus filmes preferidos de 2022 (lista abaixo), tem algo em comum: são marcados pelo desafio de contar algo novo ou de contar algo conhecido mas com um novo olhar.
10 – Living, de Oliver Hermanus
9 – Navalny, de Daniel Roher (Disponível na HBO Max)
8 – Os Fabelmans, de Steven Spielberg
7 – Nada Novo no Front (All Quiet on the Western Front), de Edward Berger (Disponível na Netflix)
6 – Marcel the Shell with Shoes On, de Dean Fleischer-Camp
5 – Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness), de Ruben Östlund (Disponível no Prime Video)
4 – Os Banshees of Inisherin, de Martin McDonagh
3 – EO, de Jerzy Skolimowski – um burro sem falas, mas mais expressivo na sua jornada que boa parte dos filmes. Sob seu olhar vemos o mundo e nos vemos também.
2 – Não! Não Olhe! (Nope), de Jordan Peele – reciclar e renovar gêneros como suspense e ficção científica sem esquecer de que acima de todas as inovações tecnológicas que cinema de 2022 pode trazer, uma boa história ainda é o mais importante. É “só isso” que Jordan Peele consegue fazer, mais uma vez, brilhantemente.
1 – Aftersun, de Charlotte Wells – (Disponível no Mubi) – um pai e uma filha em uma curta viagem de verão. Qual o impacto desses preciosos momentos na vida da filha? Como se constroem as memórias? E, mais do que tudo, elas são reais? (P.S.: recomendo a leitura da crítica do Pablo Villaça)
Um resumo dos melhores:
- Melhor Filme: Aftersun
- Melhor Diretor: Charlotte Wells em Aftsersun
- Melhor Ator: Paul Mescal em Aftersun
- Melhor Atriz: Cate Blanchett em Tár
- Melhor Ator Coadjuvante: Anthony Hopkins em Armageddon Time
- Melhor Atriz Coadjuvante: Angela Bassett em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Melhor roteiro: The Fabelmans
- Melhor montagem: Elvis
- Melhor trilha sonora: All Quiet on the Western Front
- Melhor Fotografia: Nope
- Filmes mais superestimados: Everything Everywhere All At Once, Tár, RRR
- Piores filmes do ano: Morbius, Blonde, White Noise