Dois mil e vinte um. Ano cinematográfico que vai até a noite dos prêmios Oscar e consigo carrega um ano – ainda – de pandemia (que ficou para trás?), da cena europeia e asiática fazendo frente comercial às produções cults norte americanas e de gratas surpresas como histórias medievais ou de western contadas de forma peculiar, que se por um lado incomoda por fugir de padrões outrora estabelecidos, por outro nos faz lembrar que cinema é arte e arte pode ser sim uma vertente de água cristalina que não tem fim.
Os meus filmes preferidos de 2021 são estes:
10 – Pig, de Michael Sarnoski
9 – Summer of Soul (…ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada), de Questlove
8 –Noite Passada em Soho (Last Night in Soho), de Edgar Wright
7 – Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi
6 – A Filha Perdida (The lost Daughter), de Maggie Gyllenhaal
5 – Ataque dos Cães (The Power of the Dog), de Jane Campion
4 – Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson
3 – A Pior Pessoa do Mundo (The Worst Person in the World), de Joachim Trier
2 – A Ilha de Bergman (Bergman Island), de Mia Hansen-Løve
1 – The Green Knight, de David Lowery
Um resumo dos melhores:
Melhor Filme: The Green Knight
Melhor Diretor: David Lowery emThe Green Knight
Melhor Ator: Benedict Cumberbatch em Ataque dos Cães
Melhor Atriz: Renate Reinsve em A Pior Pessoa do Mundo
Melhor Ator Coadjuvante: Troy Kotsur em No Ritmo do Coração
Melhor Atriz Coadjuvante: Jessie Buckley em A filha perdida
Melhor roteiro: A Ilha de Bergman
Melhor montagem: Licorice Pizza
Melhor trilha sonora: Ataque dos Cães
Melhor Fotografia: Ataque dos Cães
Filmes mais superestimados: No Ritmo Do Coração; Não Olhe para Cima; Amor, Sublime Amor
Piores filmes do ano: Annette, Um Príncipe em Nova York 2
Pelos motivos errados – a pandemia – chegamos ao ano em que a briga entre cinema x serviços de streaming perdeu força e nunca houve tanta oferta de bons filmes nos catálogos digitais como em 2020. Na tarefa de ver “o copo meio cheio” no caos que imperou globalmente e balançou crenças e convicções, toda a arte foi importante. Encontramos no cinema, em meio a isso, movimentos de retratar histórias que buscam dar voz contundentemente a minorias ou parcelas da sociedade antes não ouvidas apropriadamente, como as empreitadas de Regina King em Uma Noite em Miami ou da série de 5 filmes Small Axe de Steve McQueen, as duas brilhantes abordagens da opressão sexual em Bela Vingança ou A Assistente.
Além disso, a onda global cinematográfica (marcada como uma fase “pós Parasita”) nos aproxima de grandes filmes, da Dinamarca a Coréia do Sul, da Rússia a Romênia. Mas esta visão de arte cinematográfica é ainda muito primária; bom mesmo é assistir um filme que independe da temática, país de origem ou formato e encontrar algo mais nele, uma ideia e forma que repousa na memória muito além do seu final. E estes são os 20 de 2020 que mais me encantaram:
20 – Nunca, Raramente, Às vezes, Sempre (Never Rarely Sometimes Always), de Eliza Hittman (disponível no Telecine Play)
19 – Bela Vingança (Promising Young Woman), de Emerald Fennell
18 – First Cow, de Kelly Richardson
17 – Colectiv – É Tudo Verdade (Collective), de Alexander Nanau (disponível nas plataformas HBO)
16 – A Assistente (The Assistant), de Kitty Green (disponível na Amazon Prime)
15 – Borat Subsequent Moviefilm, de Jason Woliner (disponível na Amazon Prime)
14 – Má Educação (Bad Education), de Cory Finley (disponível nos serviços HBO)
13 – Uma Mulher Alta (Beanpole), de Kantemir Balagov (disponível no Mubi)
12 – Minari, de Lee Isaac Chung
11 – Uma Noite em Miami (One Night in Miami…), de Regina King (disponível na Amazon Prime)
10 – The Forty-Year-Old Version, de Radha Blank (disponível na Netflix)
9 – Nomadland – Sobreviver na América, de Chloe Zhao
8 – A Mulher que Fugiu (The Woman Who Ran), de Sang-Soo Hong (disponível no Mubi)
7 – Martin Eden, de Pietro Marcello (disponível no Mubi)
6 – Druk – Mais uma Rodada (Another Round), de Thomas Vinterberg (disponível no Now Net Streaming)
5 – Agente Duplo (The Mole Agent), de Maite Alberdi (disponível no Globoplay) – “Vendido e divulgado em trailers e materiais promocionais de uma forma totalmente errada, felizmente chegou ao Oscar. Mais do que isso, é uma carta de amor a empatia e valorização da vida em uma das etapas mais esquecidas atualmente”.
4 – Time, de Garrett Bradley (disponível na Amazon Prime) – “Desconcertante. A inquietude que provoca ao questionar certas verdades ou sensos comuns da nossa sociedade vai muito além do final do filme”.
3 – Small Axe: Lovers Rock, de Steve McQueen (em breve disponível na Amazon Prime) – “Não fazia ideia do quanto precisava desse filme. Na sua simplicidade, uma versão mais pura de Dazed and Confused (Jovens, Loucos e Rebeldes) e nem por isso, menos impactante. Som e luz formam elemento central de uma história que cada um certamente já vivenciou a sua versão”.
2 – A Vastidão da Noite (The Vast of Night), de Andrew Patterson (disponível na Amazon Prime) – “No limite da linha tênue entre nostalgia como recurso de roteiro x nostalgia como supérfluo para esconder furos, a Vastidão da Noite é completo, ficção que não se limita a um subgênero. Mais do que o sobrenatural, fala sobre uma época cujo olhar continua a ser fascinante”.
1 – Estou Pensando em Acabar com Tudo, de Charlie Kaufman (disponível na Netflix) – “Metalinguístico. Pretensioso. Pseudointelectual. Para assistir com uma xícara de café. Digno de Kaufman. Mas, mesmo assim principalmente, um estudo de como nossa mente sempre é um terreno mais fértil, ágil e prolífico que nossas ações. Afinal, nós somos o que fazemos ou o que pensamos? ”
Um resumo dos melhores:
Melhor Filme: Estou Pensando em Acabar com Tudo
Melhor Diretor: Steve McQueen emSmall Axe: Lovers Rock
Melhor Ator: Anthony Hopkins em Meu Pai & Chadwick Boseman em A Voz Suprema do Blues
Melhor Atriz: Vasilisa Perelygin em Uma Mulher Alta
Melhor Ator Coadjuvante: Leslie Odom Jr. em Uma Noite em Miami
Melhor Atriz Coadjuvante: Ellen Burstyn em Pieces of a Woman
Melhor roteiro: Estou Pensando em Acabar com Tudo
Melhor montagem: Time
Melhor design de produção: Meu Pai (The Father)
Melhor trilha sonora: Small Axe: Lovers Rock
Melhor Fotografia: Nomadland
Filmes mais superestimados: Mank, Destacamento Blood, Os 7 de Chicago, O Tigre Branco, As Mortes de Dick Johnson
Um ano duro e desafiador. Esse foi o 2020 que deixamos pra trás. Na modernidade líquida, arte nunca foi tão necessária e importante, seja como fuga do cotidiano difícil de encarar, seja como motor para transformar sentimentos individuais em coletivos. Assim, minha lista dos meus melhores discos de 2020 mesmo sendo (infelizmente) composta apenas com lançamentos estrangeiros, acaba sendo uma fusão de sons questionadores da realidade e de outros que exploram a alegria e a gratitude. Abaixo o top10 dos discos, daquelas obras que, se escutadas por completo, “contam uma história” completa e dão o tom do ano.
10 – Yves Tumor, Heaven to a Tortured Mind
9 – Paul McCarteny, McCartney III
8 – Phoebe Bridgers, Punisher
7 – Freddie Gibbs,Alfredo
6 – Fleet Foxes, Shore
5 – Bob Dylan, Rough and Rowdy Ways
4 – Jessie Ware,What’s your Pleasure?
3 – Run The Jewels, RTJ4
2 – Bruce Springsteen, Letter to You
1 – Tame Imapala,The Slow Rush
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E, além deste, uma menção honrosa a música que – embora o álbum não esteja no top10 da lista – mais conseguiu unir (e não dividir, feito raro!) o mundo em 2020:
A discussão sobre em qual ano a década termina já foi explicada pelo Buzfeed (https://www.buzzfeed.com/br/luizougui/quando-acaba-a-decada-2019-2020) mas sua conclusão mais aberta que o final de Sopranos me motivou a escrever numa data entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020 a minha lista de melhores filmes da década, ou seja, desde 2010.
A lista, de 25 produções, traz mais duas considerações ou….polêmicas:
a) Uma lista dessas sempre gera o risco de o distanciamento histórico favorecer alguns e prejudicar outros, pois é mais difícil quantificar o quão bem vai “envelhecer” um filme do último ano, especialmente ao compararmos com outro de 2010 ou 2011.
b) Twin Peaks: O retorno foi vendido e classificado pelo estúdio que o produziu como um filme (sendo até indicada a prêmios nessa classificação), mas o bom senso fala mais alto na hora de imaginar que ninguém assistiria os 18 episódios (50 minutos de duração cada um) como um filme. Por isso, uma série (ou filme?) com a qualidade que apresentou entra na lista, mas a parte.
A lista (2010 – 2019):
*Twin Peaks: O Retorno (Twin Peaks The Return)
1 – Cópia Fiel (Certified Copy)
2 – A rede social (Social Network)
3 – A Separação (A Separation)
4 – Holy Motors (Holy Motors)
5 – Divertidamente (Inside Out)
6 – Parasita (Parasite)
7 – O Mestre (The Master)
8 – Grande Hotel Budapeste (Grand Budapest Hotel)
9 – O Som ao Redor (O Som ao Redor)
10 – World of Tomorrow (World of Tomorrow)
11 – Corra! (Get Out)
12 – Guerra Fria (Cold War)
13 – Melancolia (Melancholia)
14 – A Criada (The Handmaiden)
15 – Antes da meia noite (Before Midnight)
16 – Pequeno Quinquin (Lil’ Quinquin)
17 – Você nunca esteve realmente aqui (You Were Never Really Here)
O último ano da década trouxe nas produções do cinema uma dose maior que a costumeira de fórmulas e enredos bem conhecidos. Analisar 2019, sob essa visão, é se frustrar com falta de originalidade nas grandes produções. Numa década em que os blockbusters, em especial da Disney/Marvel, dominaram bilheterias, pareceu mais lógico e seguro aos realizadores manter fórmulas que já funcionaram. Adicionando um ou outro elemento novo e significativo vemos mais uma vez filmes sobre as Guerras Mundiais do século passado (1917, Uma Vida Oculta, Jojo Rabbit), máfia (O Irlandês), nostalgia dos anos 60 (Era uma vez em Hollywood), romances do século XIX (Adoráveis Mulheres). Por isso, que obras como a ficção sul coreana Parasita, altamente crítica e analítica à nossa sociedade atual ou um falso documentário sobre uma lenda musical se sobressaem e estão no topo da minha lista de preferidos. Além desses, peças de originalidade tais quais A Despedida (outro de origem asiática), História de Um Casamento, Joias Brutas,Um Lindo Dia Na Vizinhança ou Nós merecem igualmente destaque. Os meus favoritos de 2019 são:
Melhor Filme: Parasita
Melhor Diretor: Bong Joon-HoemParasita
Melhor Ator: Joaquim Phoenix em Coringa
Melhor Atriz: Lupita Nyong’o em Nós
Melhor Ator Coadjuvante: Al Pacino em O Irlandês
Melhor Atriz Coadjuvante: Shuzhen Zhao em A Despedida
Melhor roteiro: Parasita
Melhor montagem: 1917
Melhor trilha sonora: Coringa
Melhor Fotografia: 1917
Filme mais superestimado: O Escândalo
Piores filmes do ano: Tolkien, X Men: Fênix Negra
E o top15 do ano:
15 – Uma Vida Oculta, de Terrence Malick
14 – Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig
13 – Em trânsito, de Christian Petzold
12 – História de um casamento, de Noah Baumbach
11 – Joias Brutas, de Josh e Ben Safdie
10 – Um lindo dia na Vizinhança, de Marielle Heller
9 – Midsommar: O mal não espera a noite, de Ari Aster
8 – Nós, de Jordan Peele
7 – Dois Papas, de Fernando Meirelles
6 –Fora de série (Booksmart), de Olivia Wilde
5 – O Irlandês, de Martin Scorsese
4 – A Despedida (The Farewell), de Lulu Wang
3 – Era uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino
Toda a lista já feita nesse mundo traz consigo – subjetivamente ou não – um dos aspectos mais importantes da nossa existência: a capacidade de olhar para trás, de reflexão e de aprendizado. Nesta, o intervalo é curto, um ano, mas suficiente para percorrer esse tempo e tudo que aconteceu nele através do que de melhor, na minha opinião, foi lançado comercialmente na música. Ainda que a lista esteja mais focada nos álbuns internacionais, existem tantos bons exemplos de produções brasileiras e uma delas era indispensável estar nesse post.
Os meus discos preferidos de 2019:
NACIONAL
Emicida – AmarElo
INTERNACIONAL
7 – Bon Iver, i,i
6 – Billie Eilish, When we fall sleep, Where do we go?
5 – Foals, Everything Not Saved Will Be Lost pt 1/2
Com grandes diferenças em relação às premiações de cinema do ano (2018), em especial ao Oscar, que na sua 91ª edição neste domingo próximo encerra o ciclo das estatuetas dos filmes do último ano, minha lista concentra filme que privilegiam forma e desenvolvimento de conteúdo sobrepondo a temática em si. Assim, escapam dela filmes médios (Green Book ou Nasce uma Estrela) e filmes medíocres (Bohemian Rhapsody) alçados aos maiores prêmios apenas pela hiperxposição de cantores ou preocupação em fazer votantes pensarem que o racismo (e demais preconceitos) está vencido. Dito isso, exemplos de sensibilidade e cadências povoam os meus preferidos de 2018:
Melhor Filme: Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)
Melhor Diretor: Lynne Ramsay em Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)
Melhor Ator: Joaquim Phoenixem Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)
Melhor Atriz: Joanna Kulig em Guerra Fria (Cold War)
Melhor Ator Coadjuvante: Adam Driver em Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman)
Melhor Atriz Coadjuvante: Emma Stone emA Favorita (The Favourite)
Melhor roteiro: The Tale (The Tale)
Melhor montagem: Vice (Vice)
Melhor trilha sonora: OPrimeiro Homem (First Man)
Melhor Fotografia: Guerra Fria (Cold War)
Filme(s) mais superestimado(s): Green Book: O Guia, Bohemian Rhapsody
Piores filmes do ano: Mute
E o top15 do ano:
15 – Vice (Vice), de Adam McKay
14 – Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman), de Spike Lee
13 – Homem Aranha no Aranhaverso (Spider Man into the Spider-verse), de Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman
12 – Missão Impossível Efeito Fallout (MI Fallout), de Christopher McQuarrie
11 – The Ballad of Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs), de Joel Coen e Ethan Coen
10 – Support the girls (Support the girls), Andrew Bujalski
9 – Eighth Grade (Eighth Grade), de Bo Burnham
8 – A Favorita (The Favourite), de Yorgos Lanthimos
7 – Roma (Roma), de Alfonso Cuaron
6 – First Reformed (First Reformed), de Paul Schrader
5 – Happy as Lazzaro (Lazzaro Felice), de Alice Rohrwacher
4 – The Tale (The tale), de Jennifer Fox
3 – Sorry to bother you (Sorry to bother you), de Boots Riley
2 – Guerra Fria (Cold War), de Pawel Pawlikowski
1 – Você nunca esteve realmente aqui (You were never really here), de Lynne Ramsay
Se ano passado a tarefa de elencar os melhores discos foi árdua (você lê nesse post aqui a lista de 2017), nesse ano a pretensão de resumir o ano em 5 álbuns foi pro espaço ainda no primeiro trimestre e o top5 virou top10 e, na vontade de não deixar tantos bons trabalhos de fora, virou top15.
Eis os meus discos preferidos de 2018:
15 – Soccer Mommy, Clean
14 – Jorja Smith, Lost and Found
13 – Spiritualized, And Nothing Hurt
12 – Robyn, Honey
11 – Janelle Monae, Dirty Computer
10 – Kurt Vile, Bottle it in
9 – Kali Uchis, Isolation
8 – Camila Cabello, Camila
7 – Courtney Barnett, Tell me How you Really Feel
6 – Paul McCartney, Egypt Station
5 – Arctic Monkeys, Tranquility Base Hotel & Casino
No dia em que mais uma temporada do cinema se encerra com a 90a edição do Oscar – afirmação muito mais válida para o cinema norte americano, mas ainda assim extremamente relevante ao mundo – um balanço dos filmes de 2017 se faz necessário. Se, em 2016 a falta de diversidade (étnica, racial, social e de gênero) foi escancarada aos holofotes das principais premiações, um sopro de boas iniciativas fez de 2017 um ano com uma ligeira mudança nas apostas dos grandes estúdios (e, evidentemente, dos independentes mais ainda).
Ainda que corramos o risco de supervalorizar algumas obras ou atores apenas por uma questão de minorias – por exemplo, a supervalorização das habilidades de Greta Gerwig como diretora – a minha lista de melhores do ano e também os indicados as premiações trazem bons exemplos de como a arte é – e deve ser – uma expressão contemporânea das características da nossa sociedade: do preconceito racial em Corra! a desigualdade econômica tão bem explorada em Projeto Flórida; da sensação de não pertencimento ao mundo e seu caos (Já não me sinto em casa nesse mundo) a diversidade sexual de uma forma lírica em Me Chame pelo Seu Nome.
Outro traço marcante dos filmes de 2017 foi o humor, que soube ser dosado nos filmes já citados no parágrafo anterior até nas mais psicológicas obras com Trama Fantasma (a incursão de Paul Thomas Anderson num universo à Hitchcock), as sutis ironias em A Forma D’Água ou de forma objetiva em Eu, Tonya. Além disso, a polarização de temas, muitas vezes dentro dos filmes, contribui para histórias com espaço para um grande número de fantásticas atuações de atores coadjuvantes, especialmente os homens.
Então, estes são os meus preferidos do ano:
Melhor Filme: Corra! (Get Out)
Melhor Diretor: Sean Bakerem Projeto Flórida (The Florida Project)
Melhor Ator: Daniel Kaluuya em Corra! (Get Out)
Melhor Atriz: Vicky Krieps em Trama Fantasma (Phantom Thread)
Melhor Ator Coadjuvante: Jason Mitchell em Mudbound
Melhor Atriz Coadjuvante: Lauren Metcalf em Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird)
Melhor roteiro: Corra! (Get Out)
Melhor documentário: Ícaro (Icarus)
Melhor montagem: Dunkirk
Melhor Fotografia: Blade Runner 2049
Filme(s) mais superestimado(s): Três anúncios para um crime (Three Billboards outside Ebbing, Missouri), Lady Bird: A hora de Voar (Lady Bird)
Piores filmes do ano: It – A Coisa (It), Alien: Covenant;
E o top15 do ano de 2017:
15 –A Ghost Story de David Lowery
14 – Ícaro (Icarus) de Bryan Fogel
13 – Detroit em rebelião (Detroit) de Kathryn Bigelow
12 – Doentes de Amor (The Big Sick) de Michael Showalter
11 – Lady Bird: A Hora de Voar (Lady Bird) de Greta Gerwig
10 – Blade Runner 2049 de Dennis Villeneuve
9 – Logan de James Mangold
8 – A Forma d’água (The Shape of Water) de Guillermo Del Toro
7 – Me Chame Pelo Seu Nome (Call me by your name) de Luca Guadagnino
6 – Trama Fantasma (Phantom Thread) de Paul Thomas Anderson
Como tradição, ainda que recente, apresento minha compilação de discos favoritos do ano; um ano em que foi difícil destacar algum álbum como muito superior aos demais (diferentemente do que, na minha opinião, ocorreu em 2016, 2015 e 2014), mas que ao contrário de 99% das listas de outros sites e publicações especializadas não tem Kendrick Lamar. Por isso, o top 5 dos meus favoritos não está ordenado.
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The War On Drugs, “A Deeper Understanding” – a cada disco o grupo liderado por Adam Granduciel melhora e fica mais difícil evitar a comparação com as fases iniciais da carreira de Bruce Springsteen. Espirituosos e inteligentes, o rock que não se prende a um subgênero e constrói nesse álbum um evolução de sons, música a música. Para ouvir no modo repeat.
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Sampha, “Process” – conceitual, meditativo, uma dose de Bon Iver e uma obra de R&B/soul difícil de categorizar e fácil de ouvir de olhos fechados e com pensamentos bem longe.
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Queens of the Stoneage, “Villains” – um disco para embalar e enviar como presente para aqueles que insistem em repetir a velha (e cansativa) falácia de que o rock morreu. O melhor disco do gênero, com todos elementos que um apreciador de rock espera.
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Courtnet Barnnet & Kurt Vile, “Lotta Sea Lice” – quando dois dos teus cantores favoritos dos últimos anos se juntam a chance de sucesso é grande. Assim foi essa parceria entre aquela que fez o melhor disco de 2015 com o ex-Sonic Youth. Em sons que trazem uma necessidade urgente de buscar um lugar para descansar e refletir, eis o melhor disco de indie rock do ano.
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Lorde, “Melodrama” – certamente o disco “pop” do ano. Qualidade na produção, originalidade no ritmo e uma raiva bem dosada nas letras e vocal da cantora.
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Além destes 5 discos, alguns outros também merecem reconhecimento: Masseduction (St. Vincent), I See You (The XX), American Dream (LCD Soundsystem) e, se você gosta de ouvir músicas em francês, o excelente Rest da Charlotte Gainsbourg.
No cenário nacional destaque para o veterano, que agora em carreira solo, fez um dos melhores discos: