Stranger Things (1a temporada, 2016): o poder da narrativa

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Em 2011 Nicolas Winding Refn, um diretor até então desconhecido ao grande público, mostrou ao mundo que era possível utilizar uma estética de produção (design, fotografia, ambientação, montagem, mixagem) marcada por exageros em prol da qualidade. Foi assim que Drive abusou de clichês e, mesmo assim, conquistou seu lugar na lista de melhores daquele ano.

Exatamente com essa perspectiva Stranger Things conquista e impressiona ao longo de seus 8 episódios, já disponíveis na Netflix. A história, ambientada na década de 80 é uma celebração em alta dose de nostalgia àqueles 10 anos de cultura pop. A falta de tecnologia pra comunicação (internet e celulares, por exemplo) faz a trama do sumiço de algumas pessoas numa pequena cidade dos EUA, até então ordeira e pacata, funcionar melhor. Nas virtudes técnicas da produção ainda temos uma trilha sonora que oscila entre grandes canções do rock (The Clash em Should I stay or Should Go?, por exemplo) e composições instrumentais carregadas de sintetizadores, que se somam ao neon dos créditos iniciais.

Porém, a maior virtude da série reside na consistência de todas atuações que sensibiliza todos os clichês e humaniza o que poderia ser considerado um thriller de suspense. O grupo de crianças encarna ao melhor estilo uma belíssima releitura de clássicos como Os Goonies ou Conta Comigo (Stand by me) ou qualquer filme de John Huston, enquanto Winona Ryder e David Harbour mostram a força de uma mãe desesperada e de um policial obstinado, respectivamente. E se tudo isso soa familiar, os irmãos Duffer, criadores e produtores da série, garantem habilmente que a série percorra uma jornada entre conspirações e ficção científica sem perder seu elemento mais importante: uma narrativa que exalta o poder das verdadeiras amizades, com uma boa dose nostálgica.

O trailer, que complementa esse texto, está aí na sequência 😉

 

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